Pela manhã azul e brumosa
Ele vai ao lago cinzento
Nas mãos, a toalha felpuda
E nela, nossos destinos
Prontos para se encharcar
A distância de um só puxão.
Seu corpo mistura-se à água,
E ambos dançam vertiginosos...
Em meio àquela desolação,
Tem-se o frio e o clac-clac das matas
Mas eles se bastam, pois estão juntos
Ele passa gentilmente pela água
Sentindo-a como o arrepio na pele
Profanando-a como a lenha
Que estala nas fogueiras pagãs
Vindas de ritos ancestrais...
Ela o abriga hospitaleira
E juntos continuam o rito
Dançando até a aurora cortar
Com raios agudos a escuridão
Que envolve o topo das serras
E que encobre a verdade dos nossos sonhos.
Os contrastes no texto fazem você ficar imerso na água, junto com o nadador.
ResponderExcluirSério, ficou muito bom, Sérgio!
Parabéns! :D