segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Indiferença à mesa do chá das cinco

No mármore todo pintado, moram
Xícaras brancas e flores de cristal.
Olhos que se cruzam, mas não ousam
Falar as palavras causadoras de tal mal

– a palavra que ninguém quer falar –

Uma colher prateada que gira,
O pôr-do-sol que nas tardes frias
Não esquenta a mão que agora vira
Todo o mundo negro e quente do café...

– a mão que ninguém quer segurar –

E a noite chega, as mãos pousam
O casaco macio em que os ombros repousam
Sem palavras. Um final cujo grande mal
Está nos olhos do não-dito de uma tarde invernal.

– a situação que ninguém quer explicar –

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