segunda-feira, 5 de julho de 2010

Bebidinhas espirituosas

Devido ao horizonte, aos tons de laranja, aos plátanos e às más notícias, você já não é mais o mesmo. O ocaso castanho, melancólico e estranhamente refortante faz de você tão manipulável que precisa desesperadamente de algo forte para lutar contra essa sensação. Onde está o uísque?
Não só pelo frio mas também pelo inverno seco e cortante, uma dose de licor à noite, para espantar a friagem, vai bem. Tossiu um pouco forte demais. Credo! Logo o licor agarra-se à gargante e desce bem doce, raspando... horrível.
Olha as margaridas, as roseiras carregadas de botões, o ipê florindo. Chegou finalmente! Vamos comemorar a promoção? Novamente ele vai à garrafa, nem me lembro o que era. Gim ou algum vermute. Bem, ele bebera e bebera. Comemorou a primavera, a promoção, brindou à família, ao cachorro, a tudo.
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No verão... Por que a gente não vai mais se ver? Ah? A ligação está ruim... o quê? Ah? Problemas com o quê? Ah?...
Ano após ano, as estações vão e ele bebe para festejar, para esquecer, para falar...
Do que era que eu estava falando mesmo?

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